Juscelino COSTA
RESUMO:
Este estudo analisa o curso de Ciências Sociais no contexto da Universidade Federal do Pará, no período compreendido entre os anos de 1968 a 1974, ou seja, época em que a sociedade brasileira estava sob o domínio da Ditadura Militar, mas precisamente sob a égide dos generais da linha "dura". A discussão central gira em torno da interferência militar no curso, assim como no que se refere às principais conseqüências políticas e pedagógicas advindas com tal interferência.
A análise, portanto, foi executada numa perspectiva político-pedagógica, visto que, procurou descortinar e investigar o nível de envolvimento político de professores e estudantes na luta contra a Ditadura militar, da mesma forma que procurou investigar e analisar a prática pedagógica vigente na época, levando-se em consideração o nível de qualificação teórica dos professores e o próprio momento histórico-político vivenciado por eles. Portanto, a análise discorreu numa perspectiva totalmente dialética.
A investigação também procurou desvendar realmente o nível de repressão político-ideológica imprimido a estudantes e professores de Ciências Sociais no interior da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (à qual pertencia o curso de Ciências Sociais inicialmente) e posteriormente, a partir de 1971, na Universidade Federal do Pará.
A luta dos Sociólogos no Pará e no Brasil pela regulamentação da profissão, materializou-se através da Lei Nº 6.888, de 10 de dezembro de 1980, que oficializou a profissão. Este fato também foi objeto de nosso estudo.
Procurou-se avaliar e comparar, de certa forma, o nível de engajamento político dos estudantes daquele período com os de hoje. A ativa participação política dos estudantes de Ciências Sociais, embora não na sua totalidade evidentemente, contra a Ditadura Militar, fez do curso, indubitavelmente, uma das vanguardas políticas contra o sistema e, em favor de uma Academia Democrática e Libertadora.
Finalmente, sugerimos um conjunto de propostas concretas no intuito de melhorarmos a qualidade teórica e prática do curso. Dentre as propostas e/ou sugestões apresentadas aqui, citamos como exemplos: que fosse criado um laboratório de leitura específico ao curso de Ciências Sociais; a criação de uma biblioteca setorial; o oferecimento de um número significativo de estágios curriculares supervisionados; a garantia de cursos de pós-graduação (lato-sensu); uma grade curricular com maior número de aulas práticas; uma revista específica de Ciências Sociais que publicasse os trabalhos de estudantes de estudantes e professores do curso, etc.
Nenhum comentário:
Postar um comentário